segunda-feira, 20 de maio de 2013

Atracar


Não há chuva que apague a memória do meu passado, não há dilúvio que esmoreça as cicatrizes do meu coração. Foi perfurado vezes sem conta, como se de uma guerra fria se tratasse, cheia de calorosos quase-começos e colossais finais sem justificação.
Encontro hoje a maior necessidade de acalmar o meu coração vulcânico e atracar, atracar num porto seguro, sem senãos ou períodos estimados para partir, de novo, rumo ao desconhecido. 
Faz frio, no meu coração, este que já sentiu brisas de Norte a Sul e tormentas do poente ao nascente. Admito que preciso de um fogo não-fátuo, que permaneça com vontade eterna nos meus braços sem causar desconforto. Preciso de uma fénix que me faça renascer e reviver tudo aquilo que tenho, de certa forma, perdido e que encontre tudo o que se tornou nada mais do que cinza e memória de um sentimento que não tem dado à costa.

No entanto, não há recomeço possível para uma história que nem sequer começou. Mas há a vontade de elevar a chama, quase extinta de encontrar o amor, simples e complicado, como os meus sentimentos.

Não me sinto só, simplesmente não me sinto. Não me sinto completo ou incompleto. Sinto apenas um frio, um leve sopro no coração que arrefece a cada dia que passa. No entanto continuo a navegar, em busca do único porto seguro que se esconde por aí, num mar cheio de tormentas e desilusão. Esse é o meu porto seguro, a minha ilha imaginária que ganhará forma, no corpo de outra pessoa.

2 comentários:

Blue Tie disse...

Antes de mais, Parabéns pelos teus textos e pelo teu blog, penso que ainda não o tinha dito mas gosto bastante do teu blog :)
Em relação a este post particularmente, revejo-me em cada palavra citada ...
Abraço

Fábio Neto disse...

Obrigadíssimo! Abraço :)

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