terça-feira, 11 de março de 2014

Incompatível, o ser humano é incompatível.



Partes do corpo atribuem-se a determinadas partes, mais abstratas, do ser humano. O coração ao sentimento, a cabeça ao pensamento. São introduzidos estes sentimentos como parcialmente incompatíveis. O ser humano sente demasiado, pensa demasiado. Não há equilíbrio. Curiosamente, no que diz respeito às partes do corpo, estas trabalham em sincronia para dar vida aquilo que é um pedaço de carne.

Mas vida? 

Ultimamente tenho percebido que erros são momentos que devem ser guardados, analisados e até estudados, como forma de evolução deste corpo, com vida, sem finalidade aparente. O sentimento e o pensamento não têm ajudado. O meu pensamento tem inundado os sentimentos, com questões provocatórias que não podem ser respondidas pelo comum mortal. A cabeça tem-se apoderado do coração e o coração da cabeça. Não existe um meio termo, um ponto de equilíbrio. Não existe uma solução óptima ou eficaz. O corpo é imperfeito. A alma é imperfeita. Tudo o que transcende os possíveis significados do que atribuímos ao ser humano é... imperfeito.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Irracional


Enganam-se aqueles que dizem sermos diferentes dos restantes animais. Enganam-se ou tentam enganar-se. Preconceituosamente chamam-nos de racionais. Não somos racionais. Não temos capacidade total de controlo. Somos criaturas básicas com uma alma exponencialmente predadora que caça sonhos, desejos e emoções.

No foro amoroso, somos ainda (menos) racionais. Toda a nossa estrutura singular torna-se um furacão dentro de um corpo. A alma e o corpo são um só. É o conjunto que exprime a matéria que acrescenta algo ao universo. Somos tão irracionais que, mesmo sem qualquer percepção, lutamos. Lutamos irracionalmente, como animais, ainda mais irracionais, para consumir emoções. 

Lutamos para sentir. Por vezes lutamos para amar, tão abruptamente, que somos surpreendidos. Outras, lutamos para sermos magoados. Não queremos sofrer, apenas queremos sentir. 

A vontade de sentir insaciavelmente matará as emoções, verdadeiras. E o sentimento, forte, fraco, desvanecido, não será mais o que guiará o humano. 
Nessa altura a espécie terá morrido. Não fisicamente, emocionalmente ou de qualquer outra forma que pode transcender a realidade céptica. Morreremos, por não sentir a verdade. E a verdade? Essa não chegará a ser descoberta.