terça-feira, 27 de julho de 2010

um ponto final insignificante.


Quando percebi que me ias deixar não quis acreditar (...) Nesse momento apercebi-me que esse seria o ultimo momento em que iríamos trocar olhares. Preferi deixar-te ir e seres feliz.

Nem sempre tudo o que idealizamos se realiza, nem tudo nos toca tão profundamente como um amor proibido. Nessa caminhada de despedida em que caminhamos em direcções opostas relembrei todo o ano que tinha passado. Verti uma lágrima e prometi que essa seria a última. Mesmo assim por covardia deixei-te voar para longe como uma finíssima folha, levada pela brisa. Gostaria ao menos de ter tido coragem para exprimir o meu sentimento, mas ao invés disso deixei-te fugir como a areia que se nos escapa por entre os dedos.

Vida, eu nunca mais vivi a minha porque te revelaste um vício.

Não consegui então deixar de pensar em ti. Todo o sabor de uma relação expressamente impossível foi-se tornando mais amargo. Imaginei então como seria um beijo teu, como seria o teu abraço, como serias tu realmente. Ao deixar-te ir disse adeus ao meu sonho mas apesar de não ter vertido uma única lágrima senti-me corroído por dentro.

E fiquei então durante invernos e Outonos repletos de agonia que me ia corroendo e que me tornava numa pessoa que eu próprio não reconhecia a olhar para a porta de onde saíste e nunca mais voltaste. Afinal seria tudo um sonho ou amava-te demais para acreditar que jamais voltarias? Nunca descobrirei realmente e assim vou ficar para o resto da minha vida (...)

Foram esses os verões mais longos e os Outonos mais tristes. Mas continuei a olhar para a tal porta há espera que um dia me viesses aconchegar da forma que só tu sabias. Mais tarde deparado com a consciência da tua perda perguntei-me qual seria o rumo a tomar. Decidi optar pela maneira mais fácil de te esquecer. Com uma caixa de comprimidos no chão deitei-me ao lado da tua foto e nos últimos momentos em que estava já a perder os sentidos vi-te sorrir na minha mente, aquele sorriso característico que só a mim me acalmava.

Nem tudo o que idealizamos se realiza por isso sonhamos com um mundo perfeito que nunca se formará pelo simples facto de sermos humanos e de termos a capacidade de nos apaixonarmos.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

VITÓRIA!

Depois de todas as tentativas... Baixar os braços e desistir? Não. Não sou assim. Apenas mudo de rumo.

Continuava a lutar sem desculpas, guiado pelo incrível desejo de te ter. Hoje tudo muda. Esse incrível desejo permanece, mas é agora abafado pela vontade de mudar a minha vida.

Repito infindavelmente que é hoje que tudo muda. Será a partir de hoje que deixarei de inclinar a cabeça e a erguerei para te olhar nos olhos. Será a partir de hoje que deixarei de me revoltar comigo mesmo e passarei a descarregar toda esta fúria da forma mais dura e crua em quem a merece. É a partir de hoje que todo um sentimento apenas estará por um fio, que será fortalecido pelos teus actos, não pelos meus.A confiança passa a correr-me nas veias. Sinto-me capaz de muito, de mais, de muito mais.

Agradeço tudo o que se passou até agora, entristece-me ter de te deixar assim. Apenas tenho dois minutos para permanecer triste, a meta que estableci marca o fim desta era. Não tenho mais para escrever. Esta será definitivamente a última vez que será abordado este assunto. Acredito que esta decisão marcará o fim desta história? Não, não acredito, mas sei que será encarada de uma forma diferente em que nesta batalha não me sinta derrotado nem saia ferido. Vitorioso apenas, Vitorioso.

"I'm ready now to start a new beginning..."

terça-feira, 13 de julho de 2010

perdido

Apenas ouço o meu cansado respirar. Encontro-me só, envolvido na escuridão. Respiro fundo e ganho coragem. Sinto um arrepio na espinha. Agora sim, estou preparado para escrever...

Viajo por todas as lembraças, viajo em círculos, sem me cansar. Tento lembrar-me do mais importante da minha infância. Não sou capaz. Apesar de tudo agora sinto-me forte, forte por ter superado todos os obstáculos e dasafios até hoje. No momento que se segue tudo isto é esquecido. Volto a viajar, neste momento por um longo caminho com espinhos. Nesse longo percurso tropeço, levanto e vejo a nossa relação a afundar-se. Ao longe, aproxima-se uma luz que passa por mim e me ignora. Sinto-me perdido, sem rumo.  Procuro por entre as tristes folhas um sinal de ti. Toda uma mancha de sangue escorre por entre os dedos das minhas mãos. Apesar de parecer uma ferida superficial, é profunda. É essa a ferida que me vem consumindo sem dó nem piedade.

Nem toda a tristeza tem um real significado. Esta tem, esta tristeza tem um significado, mas mais que tudo uma identidade, TU!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

a lágrima.

Tento recriar todos os momentos, todas as noites passadas ao telefone, todos os segundos em que perdi a cabeça e disse mais do que devia. As palavras não me saem, o coração aperta-me e este silencio vai-me empurrando para a triste agonia.

Encontro-me sozinho, olhando para um livro que é desfolhado pela triste ventoinha que se move como se percebesse a minha tristeza.

Arrepio-me, o ar que entra por uma janela entre-aberta magoa-me. Sinto uma enorme revolta envolvida numa desilusão que não perdoa. Sinto-me culpado por tudo o que fiz e deixei de fazer. Acabo por perceber quem é realmente culpado. Atribuo a mim próprio a culpa de uma amizade que simplesmente parece já não resultar.


Imagino-te. Ouço a tua voz. Sorrio intimamente. Segundos depois surge uma lágrima. Prometo que será a primeira e a última.