segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Rascunho sentimentalista


Há noites bem mais longas que o dia. Há noites que se estendem por um período de tempo incalculado, equiparadas à eternidade. 
Não importa a temperatura do meu corpo, não importa a rigidez do olhar ou o pulsar do coração. Tenho uma estaca de gelo que o atravessa. Sinto a dor, provocada por algo, ou alguém, inexistente.

O fumo de um sentimento apodera-se de mim, nestas noites, polui a mente, o pensamento e deixa-me só, perdido na ilusão do que poderia ser o futuro, se o estivesse disposto a viver.
Sou infiel, desonesto e desleal comigo mesmo. Sofro sem razão, perco-me num imenso vácuo que ocupa tudo em mim e que se estende a estas noites, eternas e cruéis. 

Não pode existir saudade, convenço-me. A verdade é que sinto, sinto uma saudade de algo inexistente. Fui feliz, sou feliz. Fui incompleto, sou incompleto. Serei, eternamente, incompleto?

Talvez obtenha uma resposta, quando encontrar um fim para estas noites eternas, frias e cruéis.



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